quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Mamã, quero ser jornalista!

Como justificar o porquê de querer ser jornalista? Eis uma questão que me põe realmente a pensar. Qual o motivo porque decidi dedicar a minha vida nesta área laboral tão instavél? Com o elevado número de jornalistas que estão desempregados ou não trabalham na área, com o número incrível de licenciados em jornalismo/comunicação social que aceitam trabalhar horas e horas sem receber salário ou que se sujeitam a receber apenas o suficiente para que nunca sejam independentes de terceiros.... Teria sido bem mais inteligente da minha parte escolher outra área para trabalhar. Se bem que iria ser infeliz o resto da vida. Trabalhar dias e dias em algo que não me dá prazer. Mas ao menos tinha emprego. Mas não era feliz. Enfim... Decidi então arregaçar as mangas, arriscar naquilo que realmente gosto e ir à luta.

É-me difícil definir o porquê de gostar da prática do jornalismo. Julgo que é importante começar por referir que não me encaixo de todo no grupo de pessoas que querem ser jornalistas porque “querem apresentar as notícias na televisão”! Para mim isso não é motivo para se escolher o jornalismo como profissão.

Não vou dizer que não me encaixo nos motivos com que a maioria das pessoas justifica a sua opção pelo jornalismo. Sim, também eu escrevia grandes composições enquanto frequentava a escola primária. Enormes textos cheios de criatividade que escrevia com tanto gosto. Também eu me insiro no grupo de pessoas que se definem como “tagarelas”. Ou seja, como se costuma dizer: “falo pelos cotovelos”! Penso que durante todo o meu percurso académico em que os meus pais foram os meus encarregados de educação, nunca em nenhuma ficha de avaliação se notou a ausência da tal notinha que referia o facto de não me conseguir manter calada durante as aulas.

Porém não foi por gostar de escrever, nem por falar muito que escolhi o jornalismo como profissão. Julgo que a grande justificação para esta decisão reside na minha curiosidade. Sempre tive imenso gosto em saber sempre mais sobre tudo e todos. Sempre gostei de pesquisar, de explorar, de investigar e, consequentemente, de informar. Poder aliar a minha capacidade comunicativa, à minha curiosidade e ao prazer da escrita para mim é o melhor do jornalismo. Não poderia ter escolhido outra profissão que em que me encaixasse e que, consequentemente, me agradasse tanto como o jornalismo.


(Crónica realizada para a disciplina de Atelier de Reportagem, Entrevista e Edição Impressa, leccionada pelo docente Paulo Moura. Dezembro de 2010)

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