quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Centro Comercial Avenida - Desertificação sem solução à vista

O comércio activo e a localização do edifício Avenida, são insuficientes para atrair clientes e possíveis investidores. Lojistas e administração não encontram alternativas viáveis.



"Piorar, não piora, não tem é tendência para melhorar", é assim que o administrador do Centro Comercial Avenida (CCA), Humberto Almeida, caracteriza a actual situação do edifício. É notório o abandono do espaço, lojas fechadas, poucos ou nenhuns clientes, tentativas de atracção de público, e nem a posição central do edifício faz com que alguma das especulações acerca da possível venda, se concretizem.


O edifício com 115 anos de existência já foi circo, foi teatro de referência, palco de grandes manisfestações políticas e teve lotações esgotadas de grandes êxitos cinematográficos. Mais tarde, foi transformado em centro comercial, fazendo parte da história da cidade e dos seus habitantes.


"Naquela altura era impensável que este espaço ficasse ao abandono", refere o proprietário do Bar Avenida, Arlindo Coelho. Apesar de alguns lojistas não se mostrarem arrependidos por se terem fixado naquele espaço, quando se fala do motivo principal que originou a ausência de clientes, a opinião é unânime: o fecho dos cinemas. "Estou aqui há 19 anos e o motivo da escolha foi fácil, era um espaço comercial com duas salas de cinema, e o seu encerramento originou a redução de clientes", comenta Arlindo Coelho.


A cidade tem assistido e contribuído para que a crise que o Avenida vive há anos se venha arrastando. Como objectivo de a solucionar realizou-se recentemente um leilão para a venda das duas salas de cinema, existentes no rés-de-chão, que entretanto encerraram, mas o valor da licitação não foi atingido. "Interessados há, não têm é dinheiro, facto que inviabilizou a existência de ofertas aliciantes para a aprovação da venda", refere o sub-gerente da empresa responsável pelo leilão das salas, António Florindo.


O regresso do dinamismo ao edifício parece depender de novos investimentos. A possível venda dos três primeiros pisos ao Instituto Superior Miguel Torga foi outra das hipóteses que surgiu para reaproveitar o CCA. Para muitos lojistas, esta seria uma boa solução, como mostra a proprietária do estabelecimento Zita Cabeleireira, Teresa Rasteiro, "seriam muitos alunos que nos entrariam pelo edifício, o que era muito bom para movimentar o espaço".


Apesar da visão pessimista que assombra o edifício, existem muitas lojas que resistem a esta realidade e todos os dias cumprem o horário de funcionamento. "Os novos centros comerciais não têm lojas que nós temos", afirma a funcionária da Flôr de Coimbra, Maria Adelaide. "São entre 1000 a 1500 as pessoas que passam diariamente no CCA", segundo o administrador do edifício.


"São muitas as horas mortas sem passar uma única pessoa no corredor, porque os nossos clientes de passagem são cada vez menos", refere a proprietária do salão Zita Cabeleireira. Os vários pisos do Avenida são preenchidos por clientes habituais, mas para os comerciantes parecem não ser suficientes. A Câmara Municipal de Coimbra, já propôs soluções informais para reaproveitar o edifício, uma delas passava pela sua transformação num Centro de Saúde, no entanto, o Presidente da Câmara, Carlos Encarnação, afirma não ter nada a declarar sobre a situação do Avenida.


"O futuro imediato será o mesmo que se vive actualmente, o da sobrevivência e da gestão corrente. Vão continuar a fechar e a abrir lojas", conclui o administrador do CCA. Enquanto isso, os comerciantes anseiam por um bom investimento no local, para que o centro comercial volte a ter a vida que tinha noutros tempos. O pensamento dos lojistas resume-se assim ao de Teresa Rasteiro, "penso sempre que amanhã vai ser um dia melhor".



Elisabete Paulos Ribeiro
Vanessa Soares


(Jornal universitário de Coimbra "A Cabra" - edição nº188, 11 de Novembro de 2008)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Último ano lectivo

Actualização: Aluna do 3º ano da licenciatura de Comunicação Social da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC).

Finalista!

:)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Querido amigo, Alfa Pendular!




Logótipo do Alfa Pendular – autor: desconhecido, site: wikipédia

Desde da sua inauguração que o comboio Alfa Pendular se tornou como um amigo para vários portugueses, mas em especial para muitos estudantes que ao entrarem na universidade se vêm longe das suas terras de origem.
Alfa Pendular – autor: Barao78

Segundo a cronologia da CP, no próximo dia 30 de Junho irão comemorar-se 9 anos desde da viagem inaugural do Alfa Pendular, entre Porto e Lisboa. Este comboio de alta velocidade da companhia portuguesa CP, atinge uma velocidade máxima de 220 km/h e faz a ligação entre as cidades de Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa, e Faro entre outras cidades intermédias (wikipédia).

Percurso Alfa Pendular - site: CP

Duas classes repletas de conforto

O Alfa Pendular é constituído por duas classes: a Turística e a Conforto, ambas desenvolvidas para proporcionar um maior conforto e uma maior segurança para os viajantes que além de poderem descontrair também podem optar por trabalhar. Este comboio têm à disposição dos seus utilizadores serviços de cafetaria, mini-bar, canais áudio e vídeo (com a oferta de auricular incluída), fraldário, duas casas-de-banho por carruagem, tomadas para computadores portáteis em alguns lugares e serviço de refeição ao lugar, em ambas as classes. Na classe conforto inclui ainda bebidas de boas-vindas, atendimento personalizado e distribuição de revistas e jornais ao lugar.

Classe Conforto – autor: desconhecido, site: skyscrapercity

Classe Turística – autor: Carlos Pérez Amau


Novo serviço disponível

É ainda possível, desde do passado dia 17 de Maio, aceder a comunicações móveis (voz, vídeochamada, SMS, MMS e Internet). Mário Lino, ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, realçou, à Lusa, a importância deste facto pois “a grande parte dos passageiros que utilizam este meio de transporte são ligadas ao mundo dos negócios e aproveitam a viagem para continuar a trabalhar, era fundamental que os comboios permitissem fazer isso". Francisco Cardoso dos Reis, presidente da CP, segundo o Público, garantiu que esta novidade do Alfa Pendular não trará aumentos nos preços e que a partir de agora os passageiros poderão usufruir dum serviço de comunicações móveis sem qualquer tipo de dificuldades de recepção de sinal.

Áreas para clientes com necessidades especiais

Existem áreas específicas para clientes com mobilidade reduzida e necessidades especiais. O Alfa Pendular está equipado com elevadores de acesso para cadeiras de rodas, da plataforma para o comboio, dois lugares reservados e uma instalação sanitária adequada, ambos na carruagem quatro (CP).

Serviços especiais para pessoas com mobilidade reduzida – autor: Carlos Pérez Amau

Lugares especiais – autor: desconhecido, site: skyscrapercity

Descontos Cartão Jovem

Este serviço ferroviário inclui descontos de terça a quinta-feira mediante a apresentação de cartão jovem, facto que agrada os estudantes que são constantemente caracterizados por andarem sempre a “fazer contas à vida”. Embora este aspecto possa ser essencial, é a velocidade que faz com que o Alfa Pendular esteja entre o serviço de caminhos-de-ferro preferido dos alunos das universidades. Sara Antão, natural de Quelfes e estudante de Arquitectura em Lisboa, diz que o facto de ser o comboio mais rápido influencia em muito a sua escolha quando toca ao meio de transporte para “ir de fim-de-semana à terrinha”.


Preço elevado

Apesar de todas as excelentes condições que este comboio tem, existem estudantes que preferem utilizar outro tipo de meio de transporte. Vera Rodrigues, natural da Póvoa do Varzim e estudante de Comunicação Social em Coimbra , enumera motivos económicos como a principal razão porque não utiliza o Alfa Pendular. João Reis, estudante de Engenharia Química também em Coimbra, prefere ir para a sua cidade natal, Olhão, de autocarro pois “é mais barato, 25 euros!”.


"é mais rápido"

Porém parece que o factor velocidade continuará a ganhar ao factor preço, pois por vezes umas horinhas de viagem a menos fazem muita diferença na vida de estudantes que passam muito tempo longe dos amigos e da família. Assim como para Miguel Caiado, natural de S.Brás de Alportel e estudante de Engenharia Química em Coimbra, a escolha pelo Alfa Pendular é óbvia pois “é mais rápido, apesar de ser só mais duas horas que o inter-cidades, mas para nós (algarvios) torna-se significativo, apesar de ser muito caro.”, também para Pedro Caboz, natural de Olhão e estudante de Ciências Farmacêuticas em Coimbra, o Alfa Pendular é a melhor escolha “Porque é mais rápido, cómodo e é quase directo para a minha cidade! Apesar de achar o preço do bilhete muito elevado!”



Sequência de imagens do Alfa Pendular – autor: Bernardo Rafael

Alfa Pendular Lisboa - Braga – autor: Gallendinu

Fontes de informação:


. site da CP - http://www.cp.pt/

. wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfa_Pendular

. Skyscrapercity - www.skyscrapercity.com/showthread.php?referrerid=39159&t=264338

. Público - http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1329089

. YouTube - http://www.youtube.com/

Nota: todos os sites foram consultados no dia 19 de Junho de 2008.

(Reportagem realizada para a disciplina de Jornalismo Digital, leccionada pelo docente Francisco Amaral. Junho de 2008)


segunda-feira, 8 de setembro de 2008

"Sentir-me-ia desmotivada se os meus textos fossem apenas publicados em papel"





Vencedora do Prémio Jovem Jornalista Europeu, Susana Ribeiro, conta-nos como chegou à área do jornalismo online, comenta o tema polémico do jornalista-cidadão e deixa recomendações para quem quer seguir carreira como jornalista online.





Elisabete Paulos Ribeiro – Como chegou ao jornalismo digital?
Susana Ribeiro - Cheguei por acaso. Fiz o estágio em jornalismo escrito convencional, na secção de Ciência e Tecnologia do “Diário de Notícias”, no Verão de 1999, e depois de acabar o estágio fui convidada para integrar o projecto embrionário do “Última Hora”, no Público. Era recém-licenciada, à procura do primeiro emprego, não podia dizer que não a um trabalho no Público, ainda que fosse para o online, que nessa altura ainda tinha uma espécie de aura de “jornalismo de segunda”.


E.P.R. – Alguma vez se sentiu desmotivada por os seus trabalhos serem publicados na Internet em vez de aparecerem nos jornais, na televisão ou nas estações de rádio?
S.R. - Sim. Até há cerca de quatro anos, confesso que achava “menos nobre” a publicação de um texto apenas em suporte online. Hoje em dia acho o contrário. A publicação online tem inúmeras vantagens que o papel não nos dá. Dando apenas três exemplos: os textos disponibilizados online proporcionam feedback imediato (através dos comentários), permitem hiperligações (para vídeos/galerias de fotos/outras notícias…) e não constrangem um jornalista a escrever determinado número de caracteres. Hoje em dia sentir-me-ia desmotivada se os meus textos fossem apenas publicados em papel.


E.P.R. – A Internet permite uma maior interacção com os utilizadores. Como é receber comentários sobre os seus trabalhos?
S.R. - É preciso saber lidar com os comentários “a quente”. O nosso trabalho nunca agrada à totalidade dos leitores, por muito boa fé e isenção que um jornalista tenha. Quando as críticas são construtivas, recebo-as muito bem. Quando não, é preferível não lhes atribuir demasiada importância.


E.P.R. – De que forma isso a ajuda a melhorar o seu trabalho?
S.R. - Se os comentários apontam para erros concretos, tento sempre fazer um “double check”. Se o leitor está certo e houve mesmo um erro da minha parte, corrigo-o e envio um mail ao leitor a agradecer a atenção dispensada.


E.P.R. – Qual foi o seu trabalho mais comentado? E o menos?
S.R. - Os mais comentados mas que não estavam assinados por mim – porque eram coisas de actualidade de agência e eu limitei-me a reescrever/adaptar: o primeiro foi a morte da personagem Dino, dos “Morangos com Açúcar”; o segundo foi a saída do Santana Lopes de uma entrevista na SIC Notícias, depois de ter sido interrompido por um directo sobre a chegada de Mourinho a Portugal. O meu trabalho assinado mais comentado terá sido o feature “Te quiero/Eg elskar deg”, sobre os 20 anos do programa Erasmus. O menos comentado não sei qual foi, sinceramente.


E.P.R. – Qual a situação actual do jornalismo online?
S.R. - É boa e recomenda-se. A título de exemplo, o trabalho que referi acima - “Te quiero/Eg elskar deg” – valeu-me recentemente um prémio internacional de jornalismo. Foi o primeiro trabalho recebido pelo Público por um trabalho publicado apenas no suporte digital. Muito sinceramente acho que é uma questão de tempo até que as redacções online e “papel” do Público se fundam. Em 20 anos (talvez menos), duvido que ainda existam jornais em papel. Nessa altura todo o jornalismo será necessariamente online. A única coisa que mudará é o suporte, não o que se escreve nem o rigor com que se escreve.


E.P.R. – O que pensa da figura do cidadão-jornalista? É uma ameaça? Para quem?
S.R. - A verdade é que a figura do cidadão-jornalista pode ser uma grande ajuda para o Jornalismo. Quando um cidadão denuncia situações de injustiça, corrupção, logro, etc., está muitas vezes a apontar aos jornalistas onde é que eles têm que ir “farejar”. Muitas vezes são os próprios jornais – o Público tem vindo a fazer esse tipo de coisas – a apelar à ajuda do cidadão-jornalista, em caso de acidentes ou de tempestades, por exemplo. Hoje em dia, a tecnologia permite que qualquer pessoa com um telemóvel equipado com câmara fotográfica ou de gravação vídeo, e ligação à Internet, possa partilhar com toda uma comunidade de leitores aquilo que viu. E não é isso a raiz mesma do jornalismo? A chegar a ser uma ameaça, sê-la-á para os jornalistas. Não digo que não possa acontecer, mas nesse caso não basta que as pessoas tirem fotografias de um acidente e contem o que se passou. É preciso contactar com fontes, falar por exemplo (usando a hipótese de um cidadão-jornalista ter assistido a uma catástrofe natural) com a Protecção Civil, Bombeiros, Governo… E quando isso acontece, é necessária uma apresentação formal por parte do jornalista, dizer ao que vem e para onde escreve. Dificilmente um cidadão isolado conseguirá ter maneira de o fazer. Para já precisa de muita motivação (tradicionalmente os jornalistas-ciadãos têm um trabalho fora da esfera do jornalismo e dificilmente poderão afastar-se dele para contactarem fontes e escrever artigos) e depois é preciso ter alguns meios técnicos à disposição (telefones, gravadores…). Poucas pessoas se darão a este trabalho, sobretudo se isso não os compensar financeiramente… Enfim, não consigo prever se, no futuro, os jornalistas poderão ou não ser substituídos pelos cidadãos-jornalistas. A verdade é que há blogues específicos muito bons em Portugal – sobre música, cinema, teatro, literatura… - de pessoas que não têm nada a ver com o jornalismo, mas que podiam muito bem ser profissionais da área. Resumindo: sobre esta questão não consigo fazer futurologia. O tempo nos dirá.


E.P.R. – Qual o conselho que dá às pessoas que querem seguir carreira em jornalismo online?
S.R. -
Acho que não há conselhos específicos para quem queira fazer uma carreira no jornalismo online. O que recomendo a qualquer pessoa que queira ser jornalista – independentemente do suporte para o qual venha a escrever – é que seja persistente, justo, que se empenhe em saber e contar a verdade e que esteja sempre disponível para aprender mais. O sentido de humor é outro dos atributos que, não sendo indispensável, pode fazer alguma diferença. Fundamental, sempre, é a correcção ortográfica. Hoje em dia, com tantos dicionários online, não há razão nenhuma para se dar erros de Português. Sempre que tenho dúvidas, vou ao
Priberam. Mais vale perder cinco minutos a reler um texto, do que publicá-lo mais depressa, mas com erros e gralhas. Isso prejudica a imagem do jornalista e do jornal. E isso é um risco que é preferível não se correr.
(Entrevista realizada para a disciplina Jornalismo Digital (2ºano) leccionada pelo docente Francisco Amaral. Junho 2008)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O Direito de Resposta


Nota: O máximo do Direito de Resposta é 300 caracteres e não o mínimo como aparece no vídeo.


(Curta-metragem realizada para a disciplina Direito da Comunicação Social (2ºano) leccionada pela docente Cláudia Araújo. Abril 2008 )



terça-feira, 1 de julho de 2008

The Beatles – O Fenómeno

The Beatles - autor: desconhecido, site: OiLondres!

Será difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido uma única vez falar deste fenómeno musical do século XX. E se até mesmo os mais distraídos ainda não conhecem estes garotos de Liverpool (como eram apelidados) é com facilidade que encontram informações sobre esta tão conceituada banda.

O ponto de partida

Foi em meados da década de 50 que John Lennon (guitarra e vocal), Paul McCartney (baixo e vocal), Ringo Starr (bateria e vocal) e George Harrison (bateria e vocal) se
juntaram e formaram aquela que viria a ser a banda de rock mais bem sucedida do mundo e de maior influência no século XX, os Beatles. As suas músicas apresentavam as suas ideias e os seus ideais sem nunca os impor. Eram melodias dotadas de grande talento e criatividade, o que levou a que fossem introduzidos novos padrões musicais, diferentes dos habituais naquela época.

Beatlemania

Com mais de 1.5 biliões de álbuns vendidos, este quarteto conquistou uma legião de fãs nos quatro cantos da Terra. Passados dois anos de editarem o seu primeiro disco iniciou-se a “beatlemania”. Lennon,
McCartney, Starr e Harrison, influenciavam todos os jovens daquela geração nas suas maneiras de vestir (nomeadamente, as botas com salto cubano), de ser, nos seus cortes de cabelo (penteado Mop Top) além de terem também um enorme impacto na música sobre toda aquela geração e muitas mais até aos dias de hoje. Até a definição de rock mudou depois do aparecimento desta banda de sucesso. Os grupos de rock passaram então a ser conhecidos como conjuntos que compunham as suas próprias músicas sem precisarem de pagar a ninguém para que as fizessem. Este fenómeno de popularidade atingiu o seu auge na, que foi considerada, primeira fase da carreira dos Beatles, ou seja, de 1962 até 1966. Era normal estarem sempre multidões histéricas e enlouquecidas à espera dos Beatles para onde quer que estes fossem. Os meios de comunicação social relatavam todos estes factos impressionantes desta banda e até mesmo quando a 9 de Fevereiro de 1963 os Beatles se apresentaram pela primeira vez num programa de televisão (The Ed Sullivan Show), este atingiu numa transmissão ao vivo um numero record de audiências, com aproximadamente 73 milhões de espectadores.


Primeira aparição dos Beatles na televisão no "The Ed Sullivan Show" - autor: squid0862
A separação

A segunda fase dos Beatles, de 1967 até 1970, termina com a separação dos elementos da banda. Após uma crise com origem em desentendimentos, o clima entre os Beatles ficou pesado. Declarações polémicas
de John Lennon fizeram causaram má imagem, as experiências com drogas, o cansaço, a falta de segurança, a falta de tecnologia na época, levaram a que concertos fossem cancelados. Ringo Starr foi o primeiro a abandonar o grupo dos garotos de Liverpool, seguido de John Lennon. A 10 de Abril de 1970, depois do lançamento de Let It Be, Paul McCartney anuncia oficialmente o fim dos Beatles.

Os pioneiros

The Beatles foram os pioneiros no que toca a vídeoclipes. “A Hard Day’s Night” foi uma longa-metragem, focada na “beatlemania
”, lançada a 6 de Julho de 1963, que é considerada por muitos como a ideia percursora dos videoclipes. O primeiro videoclipe surgiu com a canção “Strawberry Fields Forever”. A 15 de Agosto de 1965 tornaram-se o primeiro conjunto musical a realizar um concerto de rock da história e da música num estádio, com 56 mil fãs a assistirem ao espectáculo Shea Stadium. Ainda nesse ano foram condecorados pela Rainha de Inglaterra, com a ordem de MBE ( Member of The Order of The Order os The Bristish Empire).
"A Hard Day's Night" - The Beatles - autor: daspyked1
"Strawberry Fields Forever" - The Beatles (Primeiro videoclipe da história) - autor: WillScarlet1

Actualmente...

John Lennon foi assassinado em Dezembro de 1980 em Nova York, George Harrison padeceu de doença cancerosa em Novembro de 2001, enquanto que Paul McCartney continua uma carreira asolo e Ringo Starr continua a lançar cd’s a solo e com outra banda que formou, All Starr Band.

Os Beatles ainda encantam muitas pessoas actualmente. A sua música estará sempre na memória daqueles que a ouviram e continuará a influenciar os grupos músicas de hoje em dia. Temas como "Let it be", "Yellow submarine", "Lucy in the sky with diamonds", "Yesterday", "Help!" e "All you need is love" ainda fazem as delícias de muita gente nos dias que decorrem.~




(Reportagem realizada para a disciplina Jornalismo Digital (2ºano) leccionada pelo docente Francisco Amaral. Abril 2008)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Noites da Guadalupe - a Tv do século XXI (2)

Making Of da curta-metragem: 'Noites da Guadalupe - a Tv do século XXI'

(Making Of da curta-metragem realizada para a disciplina Introdução à Produção Televisiva (2ºano) leccionada pela docente Carla Patrão. Janeiro 2008 )



segunda-feira, 2 de junho de 2008

Noites da Guadalupe - a Tv do século XXI

Story board

Montada e concluída a curta-metragem, visa-se que o público tenha percebido as críticas à televisão portuguesa e que se tenha divertido ao visualizá-la.
A película tem de possuir um programa de entretenimento que critica os apresentadores medíocres e sem formação em que os convidados são personagens sem interesse cultural e intelectual, cujo intervalo possui uma publicidade demonstrativa das alegadas magias dos produtos publicitados.
Nisto, o programa, deve ser interrompido por causa de uma notícia de última hora. Com direito a introdução por parte de uma jornalista no estúdio, completada pela devida reportagem exterior. Nestes dois modelos jornalísticos deve estar patente a desorganização, falta de profissionalismo e falta de controlo das pessoas entrevistadas. Depois regressa-se ao programa e o convidado especial retrata um acontecimento muito badalado protagonizado por uma figura pública, como o abandono de uma entrevista, a meio por parte de Pedro Santana Lopes.
A curta-metragem, após ser visualizada, deve ter o intuito de alertar o público para a manipulação do meio televisivo e para os erros crassos que diariamente aparecem.

“A story board é aquilo que aparece na parte de trás do DVD.”
André Marques Santos

“Kaaaaaaraokes!!”
Ana Teresa Pinto
“Agora vou ser ainda mais sensual”
Maria João Lopes
“Desculpa, Teresa.”
Elisabete Paulos Ribeiro

“Opa, esqueci-me da deixa!”
João Picanço

“Vai Guada. Vai Guada, são as tuas noites!”
Ana Catarina Saraiva

(Curta-metragem realizada para a disciplina Introdução à Produção Televisiva (2ºano) leccionada pela docente Carla Patrão. Janeiro 2008 )

segunda-feira, 26 de maio de 2008

“ Um bom empurrão para deixar de fumar”




Para Diogo Coimbra, fumador há dez anos, a nova lei do tabaco, em vigor desde de um de Janeiro de 2008, apesar de ainda não estar bem regulamentada vai contribuir para a diminuição do número de fumadores em Portugal.

Elisabete Paulos Ribeiro – Quais os motivos que o levaram a começar a fumar? Influência dos amigos?
Diogo Coimbra –
Sim. Comecei a fumar tinha por volta dos 16 anos e foi para me assumir como adulto e também por influência. Os meus amigos fumavam na escola e por brincadeira comecei a fumar também. Depois comecei a comprar maços de tabaco e quando dei por mim já era um fumador regular.

E.P.R. – Qual a sua opinião em relação à nova lei do tabaco?
D.C. –
A minha opinião diverge em dois sentidos: por um lado acho bem em locais com pouco espaço, os fumadores terem que se retirar e irem fumar para a rua, porque os não fumadores não têm que levar com o fumo. Por outro lado acho mal, porque é um bocado “discriminação”, pois é como dizerem: “já que fumas sai daqui porque não podes estar aqui neste espaço reservado só a não fumadores”. Porém penso que já devia estar tudo regulamentado para as pessoas saberem, ao certo, como é a nova lei do tabaco.

E.P.R. – Não acha que se fosse totalmente proibido fumar em locais fechados, a lei seria muito mais facilmente aplicável, apesar de mais contestada?
D.C. –
Não. Acho que talvez houvesse muito mais confusão do que aquela que já há.

E.P.R. – Vai deixar de frequentar espaços que costumava ir e fumar à vontade porque são agora locais sem fumo?
D.C. –
Depende. Se for sozinho, prefiro ir para outros sítios. Se for num grupo onde estejam não fumadores e decidamos ir para ai, tenho que me sujeitar e tenho que ir fumar fora do estabelecimento.

E.P.R. – Então prefere sair a arriscar-se pagar uma multa entre 50€ e 750€ por fumar em locais proibidos?
D.C. –
Prefiro sair, evidentemente! Não só por causa do dinheiro, mas também pelo respeito pelos outros.

E.P.R. – Poderá esta nova lei servir de empurrão para quem quer deixar de fumar?
D.C. –
Sim. Acho que nesse aspecto é positivo, porque se uma pessoa está a tentar, ou a pensar, deixar de fumar, é o empurrão que faltava para se decidir mesmo em largar o vício do tabaco.

E.P.R. – Vem esta lei de uma certa forma motivá-lo a largar o tabaco?
D.C. –
Poderei vir a deixar, porque ter que me levantar para fumar…pelo menos leva-me a reduzir. Só que depois é preciso mesmo força de vontade, mas um bom empurrão para deixar de fumar é!

E.P.R. – Sabia que a principal causa de poluição da Europa é o tabaco? Qual a sua opinião em relação a isso?
D.C. –
Não sabia. Acho que se deviam preocupar com outras coisas piores.

E.P.R. – Como encara as 12 mil mortes anuais, só em Portugal, devido ao tabaco? Factos como este não o levam a pensar largar o vício do cigarro?
D.C. –
Eu gosto mesmo muito de fumar. Já pensei várias vezes em deixar de fumar e uma vez até consegui para durante 6 meses! Só que existem sempre condicionantes, como por exemplo, o álcool e as saídas à noite. Estar a beber e não fumar é muito complicado, pelo menos para um fumador. Acho que acima de tudo é preciso muita força de vontade e não é de um momento para o outro que se consegue ganhá-la.

E.P.R. – Desde 1996 que o número de fumadores em Portugal desceu 32%, o que pensa ter acontecido para que isso ocorresse?
D.C. –
O aumento do tabaco e a consciencialização das pessoas. Agora há muito mais informação sobre o risco que se corre quando se começa a fumar e as pessoas passam a optar por serem não fumadoras. E a implementação desta nova lei, também, vai contribuir para que o número de fumadores diminua.




(Entrevista realizada para a disciplina Géneros Jornalísticos (2ºano) leccionada pela docente Cláudia Araújo. O entrevistado é um colega de curso. Janeiro 2008 )

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Caetano demonstra a sua rebeldia alegrando Coimbra

Apesar da falta de grandes êxitos, o brasileiro agradou levando ao rubro o público conimbricense.

Caetano Veloso - autora: Elisabete Paulos Ribeiro


Foi com entusiasmo que os habitantes de Coimbra receberam Caetano Veloso, que apresentou, no passado dia 17 de Outubro de 2007, o seu novo albúm “Cê” à cidade dos estudantes num espectáculo irreverente.

Público recebido com flores e champanhe

Ainda faltavam vinte minutos para que se iniciasse o espectáculo, 21H30, e já o Pavilhão Multidesportos de Coimbra apresentava mais de metade dos lugares ocupados. À entrada da plateia VIP ofereciam-se flores brancas ou rosas, às senhoras e champanhe, a todos aqueles que o desejassem tomar. O público, contemplando o palco de fundo roxo que fazia alusão à capa do último CD do cantor, ansiava pela entrada do mesmo. “Gostaria de ouvir ‘Sozinho’ que é um dos maiores êxitos do Caetano Veloso. Ah e, o ‘Leoãozinho’ porque sou sportinguista. (risos)”, comentava Pedro Caboz, enquanto a plateia VIP era preenchida pelo Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Carlos Encarnação, pelo Reitor da Universidade de Coimbra, professor catedrático Fernando Seabra Santos, e até por Sérgio Godinho.

Expectativa na espera

O burburinho do público e os assobios quase que não deixavam ouvir a agradável música ambiente, porém, de vez em quando o sotaque brasileiro destacava-se no pavilhão, mostrando a presença brasileira. As pessoas aguardavam com expectativa a entrada daquele que é considerado um dos maiores intérpretes brasileiros de sempre, que já conta com 40 albúns (o primeiro deles editado em 1967 em conjunto com Gal Costa) na sua discografia, já participou em dois filmes e na literatura já se destacou com três livros. De realçar que as bancadas laterais eram ocupadas, maioritariamente, por jovens estudantes e a plateia VIP por indivíduos na faixa etária dos 30/40 anos e por poucos jovens.

O início do espectáculo

Passavam trinta minutos da hora prevista para o início do espectáculo, quando as luzes se apagaram, anunciando a entrada de Caetano Veloso que foi recebido com muitos aplausos. O cantor, que se apresentou com um vestuário simples e modesto, calças de ganga rasgadas, blusa vermelha e casaco de ganga, de guitarra, bem original ao peito, abriu o concerto com uma música alegre pondo o público em euforia. Na primeira vez que se dirigiu ao público, o baiano referiu o seu agrado por estar de volta à “cidade do Mondego e da Universidade” da qual gosta imenso.

Lágrimas no público

Todas as músicas foram acompanhadas por um bom jogo de luzes, enquanto o compositor brasileiro se movimentava pelo palco interagindo com o público e com a banda, que formou propositadamente para a elaboração deste último albúm: Pedro Sá (guitarra e contrabaixo), Ricardo Dias Gomes (guitarra e contrabaixo) e Marcelo Callado (bateria). Além de músicas dos albúns mais antigos (que o cantor considera terem algumas parecenças com “Cê”), a meio do concerto Caetano, sentado, sozinho no palco e de viola na mão “conversou” com o auditório e confessou: “Odeio você é a maneira mais profunda de dizer amo você”. Do público ouviu-se uma voz como que respondendo a Caetano: “Eu amo você!”, voltando a destacar a presença de cidadãos brasileiros no auditório. “Coração vagabundo”, “Cucurrucucu” e “Estranha forma de vida” (numa homenagem à fadista portuguesa Amália Rodrigues) foram as músicas que se seguiram e num estilo intimista, o músico provocou algumas lágrimas no público.

Samba presente no concerto

Com o retorno da banda ao palco, Caetano tira o casaco e o público assobia fazendo o músico rir. Seguiram-se mais temas do novo albúm e outro como “London, London” que foi escrito quando Caetano foi obrigado a exilar-se em Londres devido a sua posição política activa e esquerdista que fez com que o cantor ‘ganha-se’ uma inimizade com o Regime Militar que foi instituído no Brasil na década de 70. O baiano também teve tempo de demonstrar que, como bom brasileiro, sabe sambar e até levantou a blusa mostrando a barriga!

Muitos aplausos

Passavam um pouco mais de duas horas do início do concerto quando o cantor se despediu do público, porém devido a insistência do público Caetano voltou e cantou uma música na qual dizia “eu descobri que sou um anjo”, imitando com os braços umas asas. Apesar de se fazer ouvir no pavilhão “sozinho, sozinho, sozinho…”, o músico não cedeu, apontando para o relógio como quem diz: “já é tarde”. Após a última canção, Caetano Veloso retirou-se, sob uma imenso aplauso dos espectadores, agradecendo.

Ausência de músicas importantes

O auditório aderiu e aplaudiu todo o reportório deste último álbum do cantor brasileiro que é caracterizado pela sua irreverência e por mostrar o lado rock de Caetano. Depois de ter passado por Lisboa e pelo Porto, o músico baiano despediu-se desta maneira de Portugal deixando uma certa desilusão pela falta de músicas tão conhecidas como “Sozinho”, “Leãozinho” e “Você é Linda”.



Caetano Veloso - "Sozinho"





(Reportagem realizada para a disciplina Géneros Jornalísticos (2ºano) leccionada pela docente Cláudia Araújo. Dezembro 2007)



segunda-feira, 12 de maio de 2008

Primeiras “passas” da lei do tabaco

Cigarro - autor: desconhecido, site: Hospital do futuro

Nova Lei do Tabaco em Portugal

Parece quase inevitável neste início de ano não se falar sobre a nova lei do tabaco, que entrou em vigor no dia um de Janeiro de 2008. Os telejornais, as estações de rádio, os blogs na Internet, a imprensa escrita, ultimamente não passam sem notícias sobre as quais se fala na tão contestada lei do tabaco. Seja porque o presidente da ASAE foi apanhado num casino a fumar uma cigarrilha na madrugada do dia de ano novo, seja porque os reclusos não têm espaços próprios para fumarem dentro das prisões, quer porque alguém se recusou a apagar o cigarro num estabelecimento e a polícia teve que intervir, quer porque algum espaço fechado não tinha a devida sinalização. Este tipo de informações têm recentemente entupido os meios de comunicação social.

Tempo de adaptação

Penso que se tem armado um circo em volta desta situação toda. É normalíssimo que nos primeiros tempos existam manifestações contra a nova lei que vai privar as pessoas do seu fiel companheiro, o cigarro. Porém países como a Inglaterra e a França também já adoptaram esta lei à mais tempo e hoje em dia já todos os seus cidadãos cumprem a lei sem exprimirem as suas opiniões, estando já conformados com esta.

Futuro fracasso?

O governo português deu a escolher aos proprietários dos estabelecimentos (restaurante, bar ou discoteca) se pretendiam ser um local de fumadores, sem fumo ou misto. Cabe agora a cada indivíduo escolher qual o sítio que prefere frequentar. Será este um sinal de um futuro fracasso desta nova lei antitabagista? Pensemos, se a lei fosse aplicada para que todos os estabelecimentos fossem espaços sem fumo, os proprietários desses mesmos locais não iriam ficar a perder clientes, pois os fumadores não teriam outra opção senão frequentarem o espaço e usufruírem do seu “cigarrinho” na rua.

12mil mortes anuais

Não pudemos simplesmente deixar de lado certos aspectos importantes como as 12mil mortes anuais devido ao tabaco, só em Portugal! Ou esquecer que o fumo do tabaco é a principal causa da poluição da Europa!

Maioria dos portugueses são contra o tabaco

Tendo em conta estudos que provam que a maioria dos portugueses são contra o tabaco, penso que esta nova lei veio tornar a vida de muitos portugueses mais fácil pois tanto como os não fumadores não têm que se incomodar em estarem num espaço com fumo, os fumadores vêm-se, quase como que, obrigados a fumar menos. Estará alguém disposto a arriscar-se a pagar até 750 euros por fumar num local proibido? Visto que desde de 1996 o número de fumadores caiu 32%, certamente esta lei será um bom empurrão para todas aquelas pessoas que querem deixar de vez o vício do cigarro.

(Artigo de opinião realizado para a disciplina Jornalismo de Imprensa (2ºano) leccionada pela docente Susana Borges. Janeiro 2008)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Agitação Nocturna

Autoridades preocupadas com o aumento da violência nas noites do país

Discoteca - autor: desconhecido, site: um ponto azul

A violência em bares e discotecas agravou-se com o passar dos anos e estamos a viver dias em que a insegurança reina nas noites do país. Com o aumento constante das situações de perigo, os patrulhamentos nos locais de diversão nocturna, mais do que uma obrigação policial, tornaram-se uma necessidade.

Aumento de violência nas noites

Parece inevitável o crescimento da violência nocturna nestes últimos anos. Cada vez existem mais jovens a frequentarem locais de diversão nocturna e a cometerem sérios excessos. Para agravar o panorama, os jovens iniciam-se cada vez mais novos neste tipo de diversões e hoje em dia é habitual encontrarem-se jovens com 12/13 anos em bares e/ou discotecas. A noite apresenta-se de braço dado com a facilidade de acesso a drogas e a álcool e apesar dos jovens estarem conscientes dos riscos que correm, surgem com maior frequência casos de excessos álcool e de consumo de drogas (que se apresentam mais como uma maneira de levar a diversão aos limites). Todavia o consumo nestes ambientes festivos está longe de ser inofensivo e embora se possa manter por tempo indefinido, existe sempre o risco de se desencadear uma dependência. Estes excessos quando confrontados com situações em que as pessoas se exaltam, podem levar ao aparecimento da violência.

Os tipos de violência e as suas causas

Apesar de existirem inúmeras formas de violência, a mais patente é a violência física. Os vários tipos de violência são particularmente caracterizados pela variação de intensidade, instantaneidade e perenidade. A violência nos meios de comunicação social, o acesso a armas de fogo e/ou armas brancas, a discriminação, são alguns exemplos das diversas causas propostas para justificar a violência. Porém a ciência também conclui que a violência é determinada por uma complexa combinação entre factores externos e características inatas ao ser humano. O género, os distúrbios de personalidade, a predisposição natural à violência, são exemplos. Caracterizada pela sua acção corrupta e impaciente, a violência é baseada na ira e não convence nem procura convencer o outro, simplesmente procura agride-lo.

Estudo da PSP

Grande parte dos crimes que ocorrem durante a agitação nocturna estão associados à violência. Com base num estudo realizado pela Polícia de Segurança Pública (PSP), que revela que esta é uma situação a nível nacional, pode-se constatar que no topo das ocorrências, com 29% dos casos, destacam-se a desordem e o ajuste de contas, seguidos das ofensas à integridade física, com 26%. No grupo dos casos considerados mais graves, em primeiro lugar com 35% das ocorrências, está o uso de armas de fogo, em segundo lugar, com 32%, estão os casos de agressões e coacções, em terceiro, com 21%, aparecem os roubos e no último lugar, com 9% das denúncias, estão os casos de violações. O estudo da PSP revela ainda que a maioria dos casos de violência nocturna ocorrem nas noites de sexta-feira para sábado e de sábado para domingo, embora as quintas-feiras também sejam dias difíceis, e que as horas mais perigosas são entre as duas e as quatro da madrugada. Dentro dos estabelecimentos ocorrem 59% dos crimes e consequentemente 41% dos crimes decorre nas imediações. De acordo com o Relatório de Segurança Interna, 11 369 foi o número de vítimas de agressões que apresentaram queixa em todo o dispositivo da PSP, durante todo o ano de 2006.

Segurança - autor: desconhecido, site: Rei de Lopes

Combate à insegurança nocturna

Para combater a insegurança nocturna as autoridades decidiram colocar nas ruas do país mais de 700 agentes para melhorar a fiscalização na segurança privada, nomeadamente aos seguranças não credenciados e também à falta de equipamentos de detecção de armas. Conjuntamente os bares e discotecas estão a tomar as suas medidas de precaução, sobretudo, na implementação de câmaras de videovigilância, tal como a lei exige, a proibição de levar copos de vidro para fora do estabelecimento, a não venda de álcool a quem apresente sinais de embriaguez, entre muitas outras medidas de tentativa de segurança nocturna.

Alguns casos de violência nocturna:

(Reportagem realizada para a disciplina Jornalismo de Imprensa (2ºano) leccionada pela docente Susana Borges. Dezembro 2007)

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A incomunicação e a Torre de Babel

Comparação entre as relações sociais de hoje em dia e história mitológica

A incomunicação cada vez mais nos rodeia apesar dos meios de comunicação avançados que vamos possuindo. Isto leva a que cheguemos a um dilema bastante preocupante para a actualidade e o futuro da sociedade de hoje em dia: estaremos a contribuir para o aumento da incomunicação? Estaremos a contribuir para uma nova história da “Torre de Babel”?
(Imagem : Torre de Babel - autor: desconhecido, site: Parceiras BWFIT)

Se uma das maiores ambições do ser humano é compreender e ser compreendido então temos que partir do princípio que a comunicação é algo indispensável para a humanidade. O processo comunicativo é contínuo e dinâmico, permite a partilha de informações e o estabelecimento de relações entre os indivíduos através do envio e recepção simultânea de mensagens. É basicamente, livre, ou seja, tem que existir vontade, não pode haver imposição e é base para expressarmo-nos, manifestarmo-nos e unirmo-nos numa comunidade. Porém, cada vez mais a incomunicação cresce a nossa volta.

“ A comunicação entre os homens não é apenas uma relação de dois pólos, emissor e receptor; ela deve ser compreendida no âmbito mais lato de uma experiência do mundo.” José Manuel dos Santos

Perante estes dias de incomunicação a professora Isabel Guerra do ISCTE em Lisboa diz: “ Na passagem do rural ao urbano, dizia-se que tínhamos perdido a capacidade de socialização que tínhamos nas comunidades rurais”. Segundo o professor João Ferrão do Instituto de Ciências Sociais de Lisboa: “A incomunicação é, mais do que nunca, um desafio”.
A incomunicação consiste na incapacidade de dialogar, de compreender aquilo que nos é transmitido. Não é defeito, não é erro, é característica de quando falamos (José Pimentel Teixeira).

Comunicação e incomunicação de mãos dadas

Nos dias que correm quanto mais se aperfeiçoam os recursos, as técnicas e as possibilidades que o ser humano tem de se comunicar com o mundo, com os outros Homens e consigo mesmo, aumenta também, em idêntica proporção, as suas incapacidades, as suas lacunas, o seu boicote, os seus entraves ao mesmo processo, aumentando assim um território tão antigo quanto esquecido, o território da incomunicação humana. Podemos afirmar que olhando nas sociedades de hoje em dia a comunicação e a incomunicação andam e crescem sempre juntas. E que como não poderia deixar de ser, uma disputa com outra o papel vital de manifestação. De acordo com uma entrevista publicada no jornal alemão “Die Welt”, Umberto Eco considera que a Internet pode gerar uma incomunicação, devido ao facto de cada um poder construir na Internet a sua própria enciclopédia da sabedoria e conhecimento impossibilitando as referências culturais comuns. “Existe o sentimento de que a proliferação das comunicações, dos meios e de actos de comunicação, permitida em larga escala pelas novas técnicas de comunicar, contrasta com uma incomunicação humana que não tem directamente a ver com a materialidade desses meios, mas, antes de mais, com a especificidade da cultura e do sujeito modernos.”, é a opinião de José Manuel dos Santos, professor no departamento de Comunicação e Artes da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior que vai ao encontro com as considerações de Umberto Eco.


Incomunicação chega à literatura e aos cinemas

A incomunicação é um tema actual e está presente em vários aspectos da sociedade, como por exemplo na literatura. José Maria Pozuelo Yvancos, no seu estudo “O cânone na teoria literária contemporânea”, afirma que a teoria literária norte-americana parece viver numa acentuada incomunicação. Também Arnaldo Silva, escritor e professor de literatura, pensa que Harold Pinter, dramaturgo inglês distinguido com o prémio Nobel da literatura em 2005, “é um bom representante da incomunicação moderna, dos desajustes conjugais e sociais e da extrema solidão que se pode sentir estando acompanhado”.


Trailler - "Lost in translation"

A incomunicação também já chegou à cinematografia. O filme “Lost in translation” (O amor é um lugar estranho) de Sofia Coppola, tem como tema principal: a comunicação. O trama, realizado em 2003, invoca vários níveis de incomunicação. Confrontada com esta questão, a realizadora afirma que o filme “tem a ver com a relação entre os japoneses e os americanos, mas há também a incomunicação entre pessoas que falam a mesma língua, mas cujos sentimentos não interagem, pessoas que estão perdidas […]”.

Barreiras à comunicação humana

Segundo John Parry, em “Psicologia da comunicação” (1972), a interpretação dos códigos muitas vezes inclui obstáculos à comunicação. A falta de entendimento das mensagens tanto pode causar um mal entendido, deixando muitas impressões de que algo deixou de ser registado. Parry considera que existem sete principais barreiras à comunicação humana: a limitação da capacidade do receptor, a distracção (ruído), a presunção não enunciada, a incompatibilidade dos planos, a intrusão de mecanismos inconscientes ou parcialmente conscientes, a apresentação confusa e a ausência de recursos de comunicação.


A lenda da Torre de Babel – autor: raikkonen3iceman

Semelhanças com história mitológica e bíblica

Nas sociedades de incomunicação actuais até podemos encontrar pontos em comum com a história mitológica e bíblica da “Torre de Babel”. Na narrativa, Deus enfurecido com a ousadia dos homens fez com que todos os que participavam na construção da torre começassem a falar idiomas diferentes para que não se pudessem entender. O mesmo acontece actualmente: o facto de todos termos acesso a meios comunicação cada vez mais avançados, faz com que, curiosamente, deixemos de estabelecer boas comunicações e nos fechemos cada vez mais num mundo só nosso, sem que entendamos e sejamos entendidos por outros.
Apesar da confusão de línguas hoje em dia já não ser o grande problema da incomunicação, as pessoas continuam a não entenderem-se devido a uma má comunicação. “ No que concerne à teoria da comunicação, o principal efeito secundário da comunicação com o mundo é que ela parece deslocar o problema da estranheza e da incomunicação para a comunicação com outrem”, refere José Manuel dos Santos.

Comunicar é essencial

A comunicação é essencial para o ser humano e deve-se sempre tentar reunir as condições certas para que possamos compreender e ser compreendidos, e actualmente não estamos a fazê-lo e isso origina um défice de comunicação.
Quanto mais nos orgulhamos dos bons serviços e dos meios de comunicação de hoje em dia, mais a incomunicação a ganha força e ousadia, provocando estragos, desfazendo e desmontando, distorcendo e deformando, semeando discórdia e gerando falsas expectativas, invertendo sinais e valores, azedando as relações e produzindo incómodos. Tudo isto leva a que cada vez mais exista comparação entre os tempos que decorrem e a história bíblica para a origem das línguas (idiomas), na “Torre de Babel”. José Manuel Santos considera que a “insistência do discurso moderno no tema da comunicação é, pelo menos, um sintoma deste mal-estar-no-mundo. Em todo o caso as propostas terapêuticas da “crise da cultura” formuladas pelo último Husserl e por Merleau-Ponty passam por uma elucidação do “mundo da vida” e apresentam-se, ao mesmo tempo, como teorias e terapias da comunicação”.
“O sujeito moderno não se sente ‘em casa no mundo’. Hanna Arendt diz isto num tom ainda mais dramático ao falar de uma ‘alienação do mundo’.” José Manuel dos Santos

É inútil pensar que a incomunicação age somente na surdina, nos bastidores e em silêncio. Ela encontra-se presente sobretudo nos excessos: excessos de informação, de tecnologia, de luz, de zelo, de visibilidade, de ordem. Como profere Manuel José Santos, “A comunicação com outrem é inserida no âmbito da comunicação fundamental com o mundo; o outro não me afasta da comunicação com o mundo; novas possibilidades da “comunicação” com ele, novos horizontes da experiência do mundo”.

Curiosidades:
Nota: Todos os sites das curiosidades foram consultados no dia 21 de Abril de 2008.


(Reportagem realizada para a disciplina Teoria da Comunicação (1ºano) leccionada pela docente Dina Cristo. Maio 2007)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Dizem que é uma espécie de coincidência

No início do presente ano lectivo os alunos da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC) ficaram admirados no primeiro contacto com uma das suas professoras.
"Nós pensavamos que era uma aula fantasma", admitiram os alunos após a primeira aula com a docente, Natividade Costa. É recorrente fazerem-se aulas fantasma nas praxes académicas, em que um aluno faz de professor com o objectivo de intimidar os novos alunos. Tal confusão deve-se ao facto de a professora ter admitido em plena aula ser ditadora, bastante irónica e ter uma atitude pouco simpática para com os alunos.
Confrontada com a situação, a docente diz tratar-se apenas da sua forma habitual de receber os alunos. Qualquer semelhança com as aulas fantasma é pura coincidência!

(Notícia realizada na aula de Técnicas de Expressão Escrita II, disciplina do 2ºsemestre do 1ºano, no dia 24 de Maio de 2007. A notícia foi construída com base no título 'Dizem que é uma espécie de coincidência', sugerido pela professora. O nome da professora utilizado na notícia é fictício.)

domingo, 13 de abril de 2008

1º Post


Olá a todos! :)


Chamo-me Elisabete Paulos Ribeiro, sou aluna do 2ºano de Comunicação Social na Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC) e criei este blog com o objectivo de publicar os trabalhos que vou realizando ao longo do curso e não só. Esses trabalhos são nomeadamente géneros jornalísticos, embora também possa publicar outro tipo de trabalhos.

Tentarei publicar os trabalhos, inicialmente, por ordem de realização (por isso as datas não correspoderão com a actualidade) e mais tarde pretendo publicá-los conforme vou fazendo.


Espero que gostem :)